Premiere Vida Sobre Rodas é um documentário de um período do skate brasileiro e também muito aguardado pelo público. Mais que isso, melhor, é a história de cada um que gosta de andar de skate ou respirar o ar que forma a atmosfera desse esporte. Estamos pensando e falando de música, vídeo, pessoas, estilo, trabalho, amizade, aventuras, vida, culturas, cidades, países, nacionalidades, deuses e deusas.

São quatro nomes “estrelando“ mas que se pensarmos uma segunda vez “estrelando“ se torna “colocando a cara pra bater“ porque você se expor de tal maneira é estar ali para ser apedrejado ou aplaudido. É uma responsabilidade. Quem é que tem história para contar? Eu acredito que todos e é isso que o filme é para nós, é a história de todos os skatistas, cada um de nós esteve presente em algum momento daquele que o filme mostra.

De uma maneira ou de outra ali está um pedaço de todos nós. De todos os brasileiros e vários gringos, (entenda-se gringo como norte americanos), porque a gente estava na Prestige Skate Park, na ZN, na Polato, Ultra, em São Bernardo do Campo e ali inclusive pisando em ovos porque os caras podiam realmente te tirar dali se não fosse com a sua cara. Eu mesmo fui convidado a me retirar do banks e ter liberação para andar somente no half-pipe isso para falar de uma maneira educada, rs. Mas depois o Jeff me convidou para andar somente na parte rasa do banks, hehe e faz mais de uma década isso, era f#d@!!

E a gente estava também em Guará, no RJ no Banks do Rio Sul, do Arpoador enfim, se misturando e vivendo o skate de ponta a ponta, os profissionais indo para o nordeste para o sul, e cada um de nós com seu alcance de visão. Acredito que a grande maioria com uma visão muito limitada, tipo visão de apaixonado que enxerga no máximo um dedo na frente do nariz.

A gente pensava que realizar aquela perfeição toda que víamos num vídeo da Powell Peralta ou Santa Cruz era coisa de extra terrestre, coisa de super herói. Vida Sobre Rodas mostra como é que Brasileiro faz para atravessar um terreno difícil e alcançar isso tudo com paixão e skate embaixo dos pés. Mostra o comportamento cru e visceral em último grau que o skate faz nascer dentro de nós, com grana sobrando na conta bancária ou não. Até isso é abordado nesse longa-metragem.

Taí, chegou, nasceu, a estréia é agora dia 26 de novembro de 2010, um presente para todos nós, um filme longa-metragem descente que fala da gente de uma forma legal contando história. Eu sempre lembro dessa frase que diz “um povo sem história é um povo sem memória“ ou seja “um povo esquecido“. E a trilha sonora dá um “Tchan” especial.

O filme fala quando o UEDA chegou na Alemanha e conquistou o povo de uma maneira simples, com o “catiado“ que ele tinha na época. Também aborda com a sacanagem que os gringos faziam de apagarem as luzes do ginásio na hora dos treinos etc, blablabla, tem coisa pra caramba para assistir, vale a pena. Eles só não falam quem foi que apagou porque senão o coro ia comer fácil, rs.

Hosoi falando da família do Bruno Brown que convidou ele para chegar aqui no Brasil. Glauco, um cara muito autêntico e expressivo transmitindo a emoção que era andar no Campon. Encarar a proibição do skate em SP, Márcio Tanabe tomar uma multa do Jânio Quadros prefeito na época.

Lance Mountain falando da miscelânea de marcas copiadas da época, o Badeco embromando (embromation) um inglês com o Hosoi e o Hosoi “tipo“ levando aquilo na esportiva total, sorriso no rosto e comentando até do moleque que roubou o skate dele em SBC.

Mas também tem os detalhes de momentos decisivos entre o Jorge Kuge e o Bob para o Bob ir lá e ganhar um campeonato no Canadá, do Digo ir lá e vencer uma campeonato mundial, tem o Bolota falando de como o Thronn conseguiu ganhar o campeonato brasileiro de Street em Guaratinguetá, que aliás é chamado de paraíso pelo Hosoi.

O próprio Thronn, sem querer puxar a sardinha como o Márcio Tanabe fazia, hahahah, bom isso são palavras do Badeco, o próprio Thronn apresenta coisas “Da Hora“ de saber. É isso mesmo, é dialeto, certo! É gíria, forma de se entender e se comunicar.

Essa premiere de SP lotou todas as salas de cinema do shopping Jardim Sul, a última sessão da noite foi incrível e antes do início do filme teve um bate-papo entre Daniel Baccaro que agradeceu a todos os patrocinadores, a todos os envolvidos no filme e ao público passando a vez para o Bob Burnquist que se mostrou eloquente, Ueda que falou uns 297 muito obrigado, Cris Matheus finalizando o agradecimento geral com a emocionante e interminável frase e choro de Sandro Dias, nosso Mineirinho. Fica assim, o filme chegou, está pronto, é o tipo do filme que você assiste diversas vezes, um filme de skate e de nossas vidas sobre rodas.
Curtam as fotos da première.


Bom, agradecimentos ao Ale Budim pelo equipamento fotográfico, à Valéria e ao pessoal da ATTi Comunicação, aos amigos do skate que estiveram por ali, nos receberam bem e fizeram uma pose para a foto e isso inclui a Ceci Mãe e o Pois é!.
























Texto e fotos:

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