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Fundamentos do Drop

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Todo mundo deve concordar que aprender a dropar em transições é foda. As chances de algo dar errado são enormes. Você ouve “põe pra baixo”, toma corajem, da aquela última respirada e de um segundo para o outro, você e o seu Skate mergulham a uma razão de quase 10 metros por segundo rumo ao chão. Nesse momento, tem muita gente que não suporta encarar a “queda” de frente.

É realmente difícil encarar uma aceleração dessas. Principalmente porque nos primeiros milisegundos, você está paralelo ao chão, em queda-livre. É comum você “fechar os olhos” nesse momento e tentar desistir, colocando o corpo de volta “em pé”. E ai a transição te pega nos milisegundos seguintes e te “chapa” no chão do lado oposto da sua base. Eu mesmo, Skate Science, levei inúmeros “hang-ups” antes de acertar o meu primeiro drop e sair de “pau-duro” do bowl.

O ponto é que você vai contra todos os seus instintos quando dropa. Dentro do seu ouvido, tem um sisteminha composto por 3 tubos, chamado sistema vestibular. No momento do drop, esse cara avisa para o seu cérebro que há algo errado acontecendo: a princípio, você está levando um tombo.

Encarar a rampa, ter sangue-frio e convencer a mente a deixar o corpo naquela posição porque “tudo vai dar certo no final” é uma tarefa árdua. Mas quando você vence essa barreira, rapaz, daí não tem mais volta. A sua mente muda depois disso e não é só porque você venceu o instinto usando a sua consciência. É também porque você descobre qual é a sensação de “voar baixo” literalmente.

O processo físico resultante do drop em transições é bem parecido com o processo físico que faz um avião subir. Chocante, não é? Antes de dizer que o Skate Science é doido e usa plantas; vamos entender como funciona a asa de um avião.

Pode reparar. Toda asa de avião é reta em baixo e curvada em cima. A parte que é curvada, se for “esticada”, é bem maior que a parte de baixo. Quer dizer: a parte curvada tem mais “espaço” que a parte debaixo. Quando o avião acelera para frente, a massa de ar que bate na frente da asa é obrigada a se dividir. Metade do ar vai para a parte de cima da asa e a outra metade, vai para a parte de baixo.

O ar que passa por cima, percorre mais “espaço” que o ar que passa pela parte de baixo da asa. Mas tudo isso acontece no mesmo “tempo”. Se o ar de cima percorre mais “espaço” que ar da parte de baixo e tudo isso no mesmo “tempo”, então o ar de cima teve que correr mais que o ar da parte de baixo, certo? Pensa ai se não! Quando isso acontece, a pressão do ar de cima diminui e dai o avião levanta vôo.

Inverta esse movimento e você vai entender porque o drop pega aquela velô. Você, assim como a massa de ar, é um corpo íntegro. Mas durante o drop metade do seu corpo (do umbigo até os pés), percorre mais espaço do que a sua parte de cima; tudo isso no mesmo “tempo”. E no final, dependendo do movimento do seu corpo, você acaba com a maior velocidade, ou parte dela. Em vez de voar, você “gruda” no chão, e fica mais pesado durante um tempo, porque a aceleração da gravidade se soma com a aceleração que você desenvolveu durante o drop, gerando quantidade de movimento. Esse peso adicional se decompõe vetorialmente e devido ao seu skate, você é lançado para a frente.


Vê se lembra disso quando for fazer o seu vestibular, heim?! Você não precisa racionalizar tanto as leis da física se você as sente. Use a força!

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Comments

3 responses to “Fundamentos do Drop”

  1. Melão ( Toobsland ) Avatar

    o drop é um desequilíbrio

  2. Betão Avatar
    Betão

    Acompanhe alguns pensamentos:

    – dropar uma mini-rampa é legal, o perigo é quase nenhum, a coragem é muita e você sente as leis da física.

    – dropar um banks com mais de 1,5 metro exige um pouco mais de conhecimento mas, esse pouco de conhecimento pode ser substituído por uma boa dose de coragem ou “go for it”. Vai descer meio balangando mas acertará o drop e irá querer fazer da parte funda.

    – dropar da parte funda do banks de São Bernardo: “neguinho” já amarela. Mesmo com base suficiente o “cabron” amarela, já vi vários. Nesse tipo de transição a sensação do drop é muito bacana e o drop não é rápido e nem precisa ser. Em pistas com esse tamanho de transição dropar é uma grande ajuda e poupa energia porque começar de baixo exige esforço.

    – dropar um half-pipe com pais de 3 metros de altura, aí sim você consegue sentir algo muito legal na hora do drop. É um despencar com o corpo muito leve, até a roda da frente tocar a parede existe um segundo eterno sucedido de uma despencada orgâsmica, projetado com adrenalina e velocidade, tudo misturado em você e incrível vontade de “quero mais”.

    – dropar a primeira parte da mega rampa, ou seja o MEGA DROP, hahahahah, o que dizer sobre isso se eu nunca fiz? Bom, a princípio parece que vc está descendo uma ladeira no retoside, um tiro sem slides que no final tem uma rampa que vai te arremessar para o alto e para a frente onde vc pousará em outra rampa de recepção com o intuito de aliviar e ao mesmo tempo projetar mais ainda, hahahaha, humm, acho que nessa hora a sensanção do skatista é de “vou explodir”.

    – como tudo é relativo, muda de pessoa para pessoa, ainda tem a variante que a frequência proporciona. hum?!?!?! É, quanto mais vc faz, mais vc se acostuma e a sensação muda. Conforme o tamanho do perigo proporcionalmente será o sentimento. Acho que tá bom, melhor parar de filosofar/raciocinar, imagina, pensar e ir trabalhar.

    – E ainda, você pode escolher entre dropar com o “tail” ou de “install” que seria com os “trucks” do skate no “coping”.

    – Agora, uma certeza, quer colocar um sorriso no rosto? Sim quer, então faça e conclua seus drops. Sim quer, então ensine um amigo, uma criança, um outro skatista a dropar de um lugar que ainda não tenha feito. Será sorriso no rosto com todos os dentes.

  3. useequipamento Avatar
    useequipamento

    muito importante essa informacao, me lembro que dropei primeiro de stall em sao bernardo.
    equipamento e importante nesse tipo de modalidade.

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